tocaia
Se alguém me acusar de homófobo, quero que se exploda. Veado gosta mesmo é de tocaia. É impressionante a mania que eles têm de embrenharem-se nos matos e nas moitas dos parques da cidade. São sorrateiros como ratazanas, safados como velhos esclerosados comedores do próprio esperma e dissimulados como toda bicha que se preza.
Na calada da noite, ficam ali, à toa, rondando o passeio público. Uns fingem que estão malhando, entusiasmados com a chegada do verão e, claro, com as proporções dos próprios bíceps, outros vacilam, encostados nos postes com cara de baiacu em coma ou dentro de seus automóveis, manuseando o canarinho afoito. Crescem o olho pra cima dos demais passantes como se também participassem da conspiração voluptuosa e imunda que passaram o dia a fantasiar. Acreditam que algo extraordinário pode acontecer. Nada lhes parece mais romântico que uma barrela na trilha: mãos no cascalho, joelhos na relva e rabicó em chamas; merda diluindo-se em sangue e suor enquanto a vítima do estupro consentido alivia-se.
Qualquer gesto involuntário um pouco mais brusco do pedestre incauto será interpretado como resposta afirmativa pelos pervertidos de plantão, como se fosse um código secreto. Em suas cabeças desmioladas, coçar o nariz ou enxugar a testa, por exemplo, equivalem às seguintes palavras de amor e doçura: “vem cá e me prova que você chupa até o caroço”. Qual será o fetiche de copular com estranhos no bosque? Trata-se de bucolismo vampiresco? Será que proporciona frio na barriga correr o risco de atracar-se com soros positivos? É o risco de ser visto que torna essa prática estimulante? Ou será a possibilidade de revisitar Sodoma e Gomorra em pleno parque do Ibirapuera ou Cidade Universitária, se, de repente, todo mundo resolver soltar o frango?
Não entendo mesmo o que se passa. Só sei que, mais de uma vez, tive de reprimir tipos assim durante minhas corridas noturnas. Guarda a piada, imbecil, e engole o sorriso. Tenho estudado o dia todo pra concluir (Deus esteja comigo) o curso de História. Só me sobra tempo pra fazer exercício tarde da noite. Enfim... Você, que insiste em contrariar o que digo, tentando forçar piadas totalmente sem graça a respeito da firmeza da minha predileção sexual, que vá pra puta que o(a) pariu. Não estou com paciência pra isso hoje. Se pudesse me ver, flagraria no meu semblante a mesma expressão de repúdio ameaçador que sou obrigado a vestir quando um desses veadinhos franco-atiradores resolve mirar-me por detrás do famigerado “sorriso mole”. Duas expressões em latim deverão iluminá-lo: mens sana in corpore sano e me cagus un caralium.
Não tenho absolutamente nada contra o homossexualismo, que fique claro. É de domínio público que o sangue da minha nobre linhagem é um verdadeiro bas fond, onde os genes femininos pululam como Marias sem vergonha em beira de brejo. Nem sempre há espaço pro Y no código genético dos meus parentes. Aliás, o mais comum é que esta seja a situação: X X X X X X X X y X X X. Porém, quando ele está presente, sai de baixo! O chumbo é grosso, colega! Dizem que meu tetra-tataravô Alfonso Pinheiro de Amorim Cortez, um dos capitães de Santo Amaro no tempo em que o bairro que conhecemos hoje superava em muito a população da provinciana São Paulo de Piratininga, tinha três testículos. Era tão macho, mas tão macho que, quando passeava pela vila, até mesmo o vento dobrava a esquina para não esbarrar nele. Quando a anomalia veio a ser conhecida de todos os respeitados cidadãos santo-amarenses, por meio de um escândalo envolvendo a negra Carmelita, dama de companhia de minha tetra-tataravó Iolanda, assassinada com dois balaços de arcabuz em circunstâncias até hoje obscuras, vovô Fonsinho fingia que não era com ele. Jamais permitiu que tocassem no assunto na sua frente – o português do armazém quase ficou caolho como Camões por conta de um gracejo infeliz –, mas sentia o mais profundo orgulho daquele respeito absoluto que impunha (e também de sua abastada pochete, é óbvio). Afagava-lhe a virilidade na mesma proporção em que me irritam os veadinhos atrevidos adoradores de Pã que povoam os parques à noite.
Alguém que possa oferecer-me explicações, por favor faça-o logo. Na USP, "as mocinhas" costumam aglomerar nas imediações do prédio da Física. Lá há um bosque onde as crianças inocentemente brincam nas manhãs de domingo. Não me surpreenderia nem um pouco se um dia uma menininha, lambuzando-se gulosamente, convidasse a mãe a compartilhar o chup-chup de leite condensado que achou perto do escorregador.
10 Comments:
EU ACHO MEIO COMPLICADO ESSE FEMONEMO NOS PARQUES, SORRATEIROS OS PEDERASTAS SE ESCONDEM POR DETRAS DAS ARVORES, E SURGEM DO NADA, TE OLHANDO, COMO SE UM JOVEM DE BIKINHA ESTIVESSE NESSA MESMA FANFARRA OBSCURA.
UHHHHHHHH POLEMICO...
Tá revoltado pq perdeu o anel Bunda?
Você é um porco. Tem medo dos próprios impulsos. Tá apavorado com a possibilidade de um dia não resistir à abordagem dos gays e liberar o roxinho.
Vai bunda, deixe estar e libera logo.
Vai perder pro Ze Simao!!!
Farinhas do mesmo saco:
TIPINIQUINS FOREVER!!!!!!!!!!!!!
EI CARA! Procure ajuda!
Trauma de abuso sexual na infancia eh assim mesmo Dificil a cura.
Tu abuelo tenia los huevos por el suelo..
Imagino que decia siempre:
"...Que los pisos!!!"
Há lugares onde sua raça de heterossexuais fazem suas pervesidades... é curioso saber que você só conheça os points dos que querem liberar o brioco.
Dá logo esse cú antes ainda que tardia!
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semelokertes marchimundui
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