réptil
Me explicava detalhes do tantra enquanto sua vagina funda e mole como areia movediça engolia um pedaço de mim, drenando quase todo o sangue do meu corpo. Dizia nomes estranhos ao meu ouvido, sussurrando um hálito amargo como maresia, que me arrepiava a nuca, mas agredia o olfato.
Não nos beijamos mais do que duas vezes. Talvez porque não tívessemos acertado a sincronia em nenhuma das duas tentativas. Talvez porque fosse intimidade demais. O gosto da boca de alguém. A única porção interna do corpo a que temos acesso integral, que o tato apreende e a visão alcança.
Tampouco houve espaço para abraçar seus olhos verdes, já desbotados e tendendo para o amarelo. A não ser por um momento de recesso, deitados lado a lado e refletindo sobre o vento ralo que o ventilador empurrava para baixo custosamente. Seguiu falando do sexo como uma união espiritual, como se a ejaculação precoce fosse uma doença da minha geração. Sorria ao ver que compreendia o que dizia em outras palavras. Por experiência própria, por sensibilidade. Coisas que se entende na prática, como a curiosidade da ponta dos dedos e a incerteza do olhar que estuda repetidas vezes a mesma paisagem na dúvida ou expectativad e alguma mudança.
O orgasmo como uma descarga de energia completa. O lugar do esperma, incontinência. Ela queria que desovasse dentro da boca dela. Mas preferi me resguardar. E o ânimo acabou muito antes disso. Como uma espécie de masturbação, o devaneio feito real, volátil, quase aflitivo. Então, ela saiu pela fresta da porta e caí no sono como um morto.
Lembro do seu colo, principalmente, vemelho como saibro, a pele grossa como a de um réptil. Por alguns segundos, a impressão digital ficava ali impressa. Colo gasto de mãe e de sol. Era inteira salgada como água marinha.
Não quis virar-se de costas pra mim. Foi nesse momento que o fôlegou acabou e o tempo pesou. Tive saudade não sei de quê.
20 Comments:
Tu tá matando cachorro a grito, hem?
Acordei que sonhava!!!
Mudou de nicho Bunda?
as férias, o sol da Bahia, o ócio... essa mistura toda, quem diria, tá amaciando o Bunda. Abençoado 2006!
É o Bunda-Mole...
que idade tinha?
"enquanto sua vagina funda e mole como areia movediça engolia um pedaço de mim, drenando quase todo o sangue do meu corpo". Ui, gozei.
"eca"
"O orgasmo como uma descarga de energia completa." DEUS MEU! Pelo menos com isso te deixo algum trocadilho.
Nossa mãe! Os comentários andam piores que os textos... Onde você foi divulgar seu Blog, Butt? Na APAE?
Seu latim só é melhor que seu inglês, ator.
amaury, cumpra sua função no cosmo e defenda seu amigo bunda, não dos agressores verbais que comentam os textos, mas dele mesmo, da engenhosidade estilo Vila Madalena, tacanha...
Algo me diz que esse Yo é teatrólogo e/ou cineasta. Acho que pela sutil arrogância, típica da classe...
Então você não catou o Júnior ou a argentina. Acabou fornicando a mulher de algum trabalhador braçal enquanto a gurizada esperava a mãe na sala. É isso mesmo?
algo me diz que a yo é advogada, e conheceu o bunda na Bahia
Algo me diz que o "alguém" - da "irmã de alguém" - sou eu. E acredito que a velhota que o Bunda traçou faz mais aquela linha hippie (ou R.I.P.) que aBUNDA na Bahia. Elas gostam do Bunda, com sua cara de riquinho de Moema.
Acho que o "perspicaz" tem razão. Yo/Yolanda é cineasta, ator(triz - mas faz diferença?), palhaço(a), essas coisas.
"Jota", como sempre, engana-se. Yo/Yolanda não escreve como fazem os rábulas. Não é advogado(a). Se for, não passou na OAB.
Minha função no Universo é esclarecer esse tipo de debate com minha luz e conhecimento da naturezza humana, Yo. Não é defender o Bunda.
E antes que eu me esqueça... Yo e anônimo, por que vocês não vão tomar no olho de seus cus?
Yo não é advogada porque não faz uso de linguagem empolada e nem é brega. Yo para satisfazer os sedentos corações dos que aqui debatem está mais para jornalista, e fica muito intrigada para saber se amaury gosta ou não de cu, esse sim tem o poder de iluminar e esclarecer a pérfida natureza humana.
Além de arrogante, Yo é mentirosO. Reconheço um jornalista a partir de seus textos, mesmo que estes sejam comentários de blogs em crise. Não que faça qualquer diferença, mas pelo prazer de minha constatação, você não é jornalista.
tsc, tsc... em torno do nada...
Se Yo é jornalista, deveria aprender isso aqui, ó: , ! Chama vírgula.
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