Amaury
Quando ele chega ao bar, a trilha sonora é a mesma do programa de seu mestre homônimo, “keep it comin, love, keep it comin, love; don´t stop it now, don´t stop it now”...
Sempre por dentro dos babados e das baladas, Amaury é o gazetinha dos eventos sociais. Gosta de ser o centro das atenções e faz de tudo para conquistar a simpatia dos boêmios presentes. Mas sempre em grande estilo, é claro. Amaury descende de uma nobre família de imigrantes italianos do Bixiga, aquela gente cujo português foi espirituosamente esculhambado pelo grande Adoniran Barbosa.
Por motivos de discrição, ao invés de se assumir carcamano, prefere dizer que é mediterrâneo, pois, além de soar mais elegante, ele, de fato, possui cidadania européia. Autêntico aristocrata, veste-se como lorde inglês, fala como intelectual, porta-se como embaixador e ri como dândi. O cerimonial do Itamaraty que se prepare: em agosto ele chega a Brasília mau intencionado e disposto a tocar o terror.
Amaury adora contar piadas pedantes sobre diplomatas e grandes estadistas, desprezar a classe média paulistana em francês ou italiano, celebrar o outono nas capitais do “velho mundo”, beber scotch até quase cair, conversar com os garçons como se fossem seus melhores amigos e flertar com todo mundo, sem exceção. Apesar do olhar frágil por trás dos óculos de armação grossa, ele é um verdadeiro vulcão de lascívia. Conforme o álcool lhe sobe à cabeça, sua personalidade se transforma (tornando-se mais agressiva, inclusive), mais ou menos como a história do médico e do monstro: de mauricinho para Amaury, de Amaury para Maurão e de Maurão para o Pronto Socorro.
A máxima, “mulher de amigo meu, pra mim, é homem”, é o lema de Amaury, que, terminadas as primeiras três doses de uísque, faz terra arrasada dos matrimônios. No estágio Amaury da noite, as namoradas que se cuidem – ele tasca beijos de língua como quem diz boa noite. Já no segundo estágio, alta madrugada e próximo do coma alcoólico, Maurão pode estar à espreita e convites como “vem conhecer o meu laptop novo” ou “você não quer pendurar o seu casaco no meu cabide?” representam literalmente the point of no return.
Uma das maiores virtudes de Amaury é guardar segredos. Sua boca é um túmulo como os sarcófagos egípcios (que já foram violados por todos os expedicionários ingleses e larápios árabes que visitaram as pirâmides desde 1842). Poucas pessoas são tão sinceras quanto ele, já que poucos, como ele, possuem a integridade de uma prostituta da baixa Augusta. Amaury fala tudo (isto é, TUDO) para os amigos e, como tem muitos, não há nada da vida de um que o outro não ficou sabendo pela sua língua viperina. No entanto, por milagre ou por ser o cúmulo do joie de vivre, ninguém consegue romper relações com ele.
Sempre por dentro dos babados e das baladas, Amaury é o gazetinha dos eventos sociais. Gosta de ser o centro das atenções e faz de tudo para conquistar a simpatia dos boêmios presentes. Mas sempre em grande estilo, é claro. Amaury descende de uma nobre família de imigrantes italianos do Bixiga, aquela gente cujo português foi espirituosamente esculhambado pelo grande Adoniran Barbosa.
Por motivos de discrição, ao invés de se assumir carcamano, prefere dizer que é mediterrâneo, pois, além de soar mais elegante, ele, de fato, possui cidadania européia. Autêntico aristocrata, veste-se como lorde inglês, fala como intelectual, porta-se como embaixador e ri como dândi. O cerimonial do Itamaraty que se prepare: em agosto ele chega a Brasília mau intencionado e disposto a tocar o terror.
Amaury adora contar piadas pedantes sobre diplomatas e grandes estadistas, desprezar a classe média paulistana em francês ou italiano, celebrar o outono nas capitais do “velho mundo”, beber scotch até quase cair, conversar com os garçons como se fossem seus melhores amigos e flertar com todo mundo, sem exceção. Apesar do olhar frágil por trás dos óculos de armação grossa, ele é um verdadeiro vulcão de lascívia. Conforme o álcool lhe sobe à cabeça, sua personalidade se transforma (tornando-se mais agressiva, inclusive), mais ou menos como a história do médico e do monstro: de mauricinho para Amaury, de Amaury para Maurão e de Maurão para o Pronto Socorro.
A máxima, “mulher de amigo meu, pra mim, é homem”, é o lema de Amaury, que, terminadas as primeiras três doses de uísque, faz terra arrasada dos matrimônios. No estágio Amaury da noite, as namoradas que se cuidem – ele tasca beijos de língua como quem diz boa noite. Já no segundo estágio, alta madrugada e próximo do coma alcoólico, Maurão pode estar à espreita e convites como “vem conhecer o meu laptop novo” ou “você não quer pendurar o seu casaco no meu cabide?” representam literalmente the point of no return.
Uma das maiores virtudes de Amaury é guardar segredos. Sua boca é um túmulo como os sarcófagos egípcios (que já foram violados por todos os expedicionários ingleses e larápios árabes que visitaram as pirâmides desde 1842). Poucas pessoas são tão sinceras quanto ele, já que poucos, como ele, possuem a integridade de uma prostituta da baixa Augusta. Amaury fala tudo (isto é, TUDO) para os amigos e, como tem muitos, não há nada da vida de um que o outro não ficou sabendo pela sua língua viperina. No entanto, por milagre ou por ser o cúmulo do joie de vivre, ninguém consegue romper relações com ele.
.
Amaury é daqueles amigos que fazem milagre e tiram leite de pedra...
Amaury é daqueles amigos que fazem milagre e tiram leite de pedra...
(Na foto da Caras, Amaury botando pra quebrar em mais um evento descolo na Sociedade Harmonia de Tênis)
19 Comments:
hey andre,
I've met mauricio here in canada last year. He is everything you said and more. His "cabide" as you put it is stiff enough to place my coat. And yeah, he placed his coat on mine.
Boa Bunda, o retrato do Amaury tá bom pra caralho. Ainda bem que eu ainda não presenciei a faceta Maurão dele!
Realmente, bela descrição. As fases de Mau são excelentes. Um jovem com todo amor para dar que conquista todos os corações.
Realmente, a fauna de amigos do Bunda é riquíssima.
In secrete amicos admone pallam lauda.
Como você não é tão versado em latim quanto o é em esculachar os outros, deixo aqui um protesto e um elogio.
O elogio vai para o texto, muito bem escrito.
O protesto fica em razão da leviandade com que fui caracterizado, tão cheio de boas intenções que sou. Acontece que, às vezes, a língua é mais rápida que o coração e, quando se nota, já está dito.
Aos leitores, ofereço meus serviços de animação de festas e eventos em geral.
que diabos quer dizer "In secrete amicos admone pallam lauda"?
só conheço "homini pallum futubolo et cervejum"
Sei de outra:
culum ebrium di populis est
belus citaçuns de Anus. Assinus embaixus.
que bosta
Quer dizer "elogie seus amigos abertamente, censure-os em segredo". Mas para os ignorantes não quer dizer nada mesmo. Onde estava com a cabeça quando escrevi isso? Esqueci que estava lidando com vocês, leitores do Bunda.
O cara ao lado do Amaury na foto é o Arthur imitando os Mamonas?
Bunda, por que você não escreve um texto espinafrando a si mesmo? Conte-nos mais sobre sua trajetória até tornar-se ator de propaganda e escritor de blog.
bunda, acho que vi a número 3 num comercial do Rexona. Pode ser?
Acho que sim...
Mas não posso confirmar porque não vejo televisão.
Xiiii, parece que o Lajotão vai ganhar de longe em número de comments do Amaury...
Eu duvido. A número 3 era suja demais pra ser garota propaganda do Rexona.
Nrton, bute, esse link stil bill é muito de mau gosto. Tira daí. Podridão tem limite.
Um efusivo.
caralho, bute! Z tem razão. nem eu achei isso engraçado.
Bunda, demorô para fazer um texto novo.
é memo! demoro!
Postar um comentário
<< Home