Enciclopédia Bunda da Xuxa
O Bunda agora descolou um emprego. Dedica as suas tardes a traduzir do inglês os verbetes de uma enciclopédia de pesadelos. Todos os símbolos que aparecem nos sonhos estão ali listados com seu respectivo significado. Sonhar com um elevador, por exemplo, pode significar que uma pessoa está perdendo o controle sobre a sua vida já que os elevadores, assim como os aviões, provocam nos passageiros uma sensação de impotência.
Aliás, curiosa essa palavra, “passageiro”... Igualmente curioso os nomes “Cometa” e “São Geraldo” para empresas de transporte rodoviário. Curioso não, irônico – fico pensando no pesadelo que não foi acordar retorcido no meio das ferragens quando aqueles ônibus se chocaram no interior do estado.
Mas, voltando ao assunto da enciclopédia, esta será uma grande farsa. Um livro para adornar a mesa de centro da sala. Mas, apesar do conteúdo de pura picaretagem, a classe média vai adorar posto que um de seus passatempos favoritos (na verdade, não se trata de um passatempo, pois questões como essas têm para a pequena burguesia o peso de debates filosóficos sérios) é se perder em pensamentos idílicos. A Enciclopédia de Pesadelos sem dúvida há de entreter os convidados nos churrascos de sábado à tarde, impressionante ao lado dos outros volumes dedicados ao zodíaco e a receitas de como alcançar a felicidade. Sorte do editor, que vai encher o rabo de dinheiro.
É contra esse tipo de literatura e em homenagem ao maior ídolo infantil dos anos 80 que o Bunda lançará a sua própria enciclopédia, intitulada Enciclopédia Bunda da Xuxa. Hoje, começaremos pelas letras A, de Amor, e B, de baixinho...
AMOR – O amor não existe senão nos melodramas cinematográficos importados da América.
A classe média adora se emocionar nas salas de cinema com esse tipo de lixo. Depois, voltam pra casa esquecidos da rotina e de que a vida real é um tédio não fosse o ap na Riviera (de São Lourenço) e o Pânico na TV e fazem amor ao som de Kenny G ou Osvaldo Montenegro, no caso dos mais patriotas, que só se fodem de verde-e-amarelo.
O amor de fato não é um sentimento estável que possa servir de tema para um filme romântico. O amor muda de idéia assim como o vento muda de direção; é a flatulência da alma.
BAIXINHO – Existem muitas maneiras de alcunhar um baixote – escafandrista de aquário, pintor de rodapé, mineiro de ralo, chaveirinho, tampinha e por aí vai.
Você já reparou que todo anão é briguento? No trânsito, todo motorista esquentadinho tem menos de 1,60 m. O automóvel lhes proporciona o tamanho avantajado que a natureza lhes negou. Acham que podem passar por cima dos outros quando, na verdade, passam literalmente despercebidos.
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Aliás, curiosa essa palavra, “passageiro”... Igualmente curioso os nomes “Cometa” e “São Geraldo” para empresas de transporte rodoviário. Curioso não, irônico – fico pensando no pesadelo que não foi acordar retorcido no meio das ferragens quando aqueles ônibus se chocaram no interior do estado.
Mas, voltando ao assunto da enciclopédia, esta será uma grande farsa. Um livro para adornar a mesa de centro da sala. Mas, apesar do conteúdo de pura picaretagem, a classe média vai adorar posto que um de seus passatempos favoritos (na verdade, não se trata de um passatempo, pois questões como essas têm para a pequena burguesia o peso de debates filosóficos sérios) é se perder em pensamentos idílicos. A Enciclopédia de Pesadelos sem dúvida há de entreter os convidados nos churrascos de sábado à tarde, impressionante ao lado dos outros volumes dedicados ao zodíaco e a receitas de como alcançar a felicidade. Sorte do editor, que vai encher o rabo de dinheiro.
É contra esse tipo de literatura e em homenagem ao maior ídolo infantil dos anos 80 que o Bunda lançará a sua própria enciclopédia, intitulada Enciclopédia Bunda da Xuxa. Hoje, começaremos pelas letras A, de Amor, e B, de baixinho...
AMOR – O amor não existe senão nos melodramas cinematográficos importados da América.
A classe média adora se emocionar nas salas de cinema com esse tipo de lixo. Depois, voltam pra casa esquecidos da rotina e de que a vida real é um tédio não fosse o ap na Riviera (de São Lourenço) e o Pânico na TV e fazem amor ao som de Kenny G ou Osvaldo Montenegro, no caso dos mais patriotas, que só se fodem de verde-e-amarelo.
O amor de fato não é um sentimento estável que possa servir de tema para um filme romântico. O amor muda de idéia assim como o vento muda de direção; é a flatulência da alma.
BAIXINHO – Existem muitas maneiras de alcunhar um baixote – escafandrista de aquário, pintor de rodapé, mineiro de ralo, chaveirinho, tampinha e por aí vai.
Você já reparou que todo anão é briguento? No trânsito, todo motorista esquentadinho tem menos de 1,60 m. O automóvel lhes proporciona o tamanho avantajado que a natureza lhes negou. Acham que podem passar por cima dos outros quando, na verdade, passam literalmente despercebidos.
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Ultimamente, com a moda do jiu jitsu e dos milk shakes de proteína e esteróides, alguns gnomos têm conseguido se libertar da sua tão odiada condição de inferioridade métrica e moral. Graças a exercícios físicos intensivos, que aumentam consideravelmente a sua envergadura e inflam a sua autoconfiança, têm conquistado cada vez mais espaço nas pistas de dança de Maresias. Partem pra cima das tchutchucas siliconadas sem o menor constrangimento, inconscientes de que elas continuam certas de que tamanho é documento.